sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sindicatos se unem para fazer reivindicações ao Governo do Estado

Ontem, 10, foi um dia de paralisação em todo o Estado. O Fórum dos Servidores Públicos do Rio Grande do Norte organizou um ato público em frente à Assembléia Legislativa, chegando a ocupar o plenário, em Natal, encabeçado pelo Sindicato dos Profissionais da Saúde (SINDISAÚDE-RN), em greve desde o início do mês de abril. As reivindicações das categorias são as mais variadas.
O ato público contou com a participação de representantes sindicalistas de Mossoró. Além do Sindisaúde, estiveram representados o Sindicato dos Técnicos Administrativos da Uern (SINTAUERN), a Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), o Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (SINAI-RN), e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (SINTE-RN), além de representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
O diretor regional do Sinai, Hermes Oliveira, explicou que o sindicato participou da mobilização em protesto à mensagem que a governadora Rosalba Ciarlini enviou à Assembleia Legislativa. Em nota, o Sinai explicou que o projeto de lei encaminhado pela governadora Rosalba Ciarlini ao Poder Legislativo pretende privatizar serviços públicos. Ele informa que a intenção do Governo é privatizar serviços em quase todas as áreas sociais do Estado.
A nota afirma ainda que, caso o projeto seja aprovado, Rosalba terá autorização da Assembleia Legislativa para repassar à iniciativa privada serviços nas seguintes áreas: educação, saúde, cultura, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e preservação do meio ambiente.
Segundo o informativo do Sinai, o Governo também poderá beneficiar empresas apadrinhadas, já que o projeto dispensa licitações para a privatização. “Estamos falando de uma ilegalidade, pois altera a lei 271/2004, contudo, a prática não é nova no Governo Rosalba. Recentemente, a administração do Hospital da Mulher de Mossoró foi entregue para a Associação Marca, pelo valor de R$ 15 milhões, sem licitação”, explicou Hermes Oliveira.
Segundo ele, além da ação pública, existe também a ação jurídica. “O contrato motivou a abertura de um inquérito pelo Ministério Público Estadual, e entidades ligadas aos médicos já constataram irregularidades na administração do hospital. É um prejuízo para o estado e uma desvalorização dos servidores públicos”, informou.
Outro ponto tocado por Hermes Oliveira é a campanha salarial, o que, segundo ele, não há nenhuma proposta. “Já nos reunimos duas vezes com o secretário Álber Nóbrega, que não nos trouxe nenhuma proposta para as reivindicações deste ano, nem para as reivindicações do ano passado”, afirmou.
Após a mobilização em frente à governadoria, os sindicatos realizaram uma reunião, na sede do Sindisaúde, para uma avaliação geral. “Foi uma reunião para análise de conjuntura, pois este governo é péssimo em todos os sentidos, e o sentimento do Sinai é de que ele vai fechar os diálogos com todas as categorias. Então, esta reunião foi um chamamento para uma organização ampla”, opinou Hermes Oliveira.
Já o diretor regional do Sinte, Rômulo Arnaud, permaneceu em Mossoró e avaliou a paralisação como baixa. “Entendemos que é devido ao cansaço dos professores, que saíram de uma greve de mais de 80 dias, ano passado, e sabem que, se paralisarem desta vez, terão que repor essa aula”, afirmou.
Rômulo destacou ainda que haveria representantes do Sinte no debate sobre a conjuntura com os demais sindicatos em Natal. “Participamos da paralisação conjunta em solidariedade aos aposentados, que não receberam o piso salarial integral, mas fracionado em quatro parcelas, e só devem receber o valor integral a partir de julho”, explicou.
Outra reivindicação dos professores do Estado, segundo Arnaud, se refere ao Plano de Carreiras dos funcionários das escolas, cuja lei foi aprovada em 2010, mas apenas 30% foram pagos. “Os outros 70% deveriam ter sido pagos em junho do ano passado”, destacou.
Quem também permaneceu em Mossoró, mas que não se absteve de reivindicar, foi o Sindicato dos Auditores Fiscais do RN (SINDIFERN), que luta para que seja estabelecido um teto único para todos os servidores públicos estaduais. “Não se trata de um aumento de salário, mas da igualdade entre eles. A proposta é estabelecer um limite máximo aplicável a todos os servidores”, explicou o diretor de comunicação do sindicato, Edilson Júnior.
Os professores e técnicos Administrativos da Uern participaram do ato público em Natal. As categorias, representadas pelos dois sindicatos, estão em greve desde o dia 3, na luta pelo reajuste salarial de 10,65%, acordado com o governo do estado para abril deste ano, e não cumprido.
O técnico administrativo da Uern Petrônio Andrade explicou que, no início da manhã, houve uma caminhada pelo centro de Natal, com diversas entidades sindicais, seguido por um ato público em frente à Assembleia Legislativa, até que os representantes sindicais e os estudantes da Uern chegaram ao plenário. “Usamos da fala em plenário e pedimos o cumprimento do acordo, e que se respeite universidade e os estudantes”, disse Petrônio Andrade.
Segundo ele, os parlamentares ficam jogando para a plateia, e discutindo entre si qual é o pior governo. “O que vimos foi que eles estavam em uma discussão que não nos interessava, mas que, no geral, o balanço foi positivo no sentido de mostrar à sociedade que os servidores estão unidos”, explicou.
Segundo o técnico, ao chegarem a Natal, os dois sindicatos que representam os servidores da Uern ficaram sabendo que o governo havia entrado com um pedido de ilegalidade da greve. “Ficamos sabendo que o procurador vai pedir a ilegalidade, foi uma surpresa para nós, mas estamos preparados, principalmente com o apoio dos estudantes”, acrescentou.

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