Um banho de água fria. Foi assim que os professores, técnicos administrativos e alunos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Uern, receberam a decisão do desembargador Saraiva Sobrinho em relação ao pedido de intermediação de uma audiência de conciliação entre os grevistas e o Governo do Estado.
"Estávamos bastante animados e esperançosos que durante essa audiência chegássemos a um consenso. Não obtivemos sucesso nessa tentativa e amanhã iremos discutir os destinos da greve em mais uma assembléia com toda a categoria", explicou o presidente da Associação dos Docentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Aduern, Flaubert Torquato.
De acordo com Flaubert o argumento utilizado pelo desembargador foi à experiência frustrada com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado, durante a greve dos professores estaduais. "Ele argumentou que se não tínhamos entrado em consenso em 100 dias, não entraríamos em meia hora de audiência de conciliação", frisou.
Diante do exposto membros do Comando de Greve da Uern reuniram-se hoje pela manhã para traçar os novos rumos do movimento grevista. "Amanhã poderá ser decisivo para o nosso movimento que já dura 105 dias", disse o representante dos docentes.
A última proposta apresentada pelos professores ao Governo do Estado solicita o reajuste de 14% para abril de 2012, a liberação de verbas para a Uern, além do atendimento da pauta dos estudantes. Em contra partida, o Governo do Estado insisti no pagamento de somente 10,65% para o próximo ano, o que não contempla a inflação acumulada do período.
Além da pauta com o Governo do Estado, os professores também têm uma série de reivindicações com a Reitoria da Uern:
- Universalização do regime de trabalho de Dedicação Exclusiva
- Liberação de professores para capacitação, conforme programação departamental
- Criação de creches para servidores da UERN
- Urbanização dos espaços da UERN
- Extinção dos Núcleos Avançados de Educação Superior
- Plano de segurança para a UERN
- Convocação imediata do CONSUNI para discussão do Processo Estatuinte
- Formulação de critérios que tenham como referência a Lei da Ficha-Limpa nas eleições da UERN.
Fim do prazo
Termina amanhã o prazo dado pela justiça para que o Ministério Público Estadual envie o seu parecer sobre os pedidos de abusividade e o retorno imediato dos grevistas as salas de aula. As categorias em greve há 105 dias estão na expectativa sobre o que diz o relatório, já que o parecer do MP é bastante importante para o posicionamento da justiça. "Mesmo o prazo só encerrando-se amanhã, essa decisão pode acontecer a qualquer momento. Como amanhã teremos uma assembleia com a categoria, seria fundamental que tivéssemos o resultado desse parecer para repassar para os professores", ressaltou Flaubert Torquato. O TJ ainda não anunciou sua decisão sobre a ação em que o Governo do Estado pede à Justiça a ilegalidade da greve dos professores da Uern. Saraiva Sobrinho é o relator da matéria. Ele já recebeu os argumentos do Governo e da Associação dos Docentes da Uern (Aduern) e a qualquer momento anunciará sua decisão.
