Ontem,
10, foi um dia de paralisação em todo o Estado. O Fórum dos Servidores
Públicos do Rio Grande do Norte organizou um ato público em frente à
Assembléia Legislativa, chegando a ocupar o plenário, em Natal,
encabeçado pelo Sindicato dos Profissionais da Saúde (SINDISAÚDE-RN), em
greve desde o início do mês de abril. As reivindicações das categorias
são as mais variadas.
O
ato público contou com a participação de representantes sindicalistas de
Mossoró. Além do Sindisaúde, estiveram representados o Sindicato dos
Técnicos Administrativos da Uern (SINTAUERN), a Associação dos Docentes
da Uern (ADUERN), o Sindicato dos Servidores Públicos da Administração
Indireta do RN (SINAI-RN), e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação
do RN (SINTE-RN), além de representantes do Diretório Central dos
Estudantes (DCE), da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
(UERN).
O
diretor regional do Sinai, Hermes Oliveira, explicou que o sindicato
participou da mobilização em protesto à mensagem que a governadora
Rosalba Ciarlini enviou à Assembleia Legislativa. Em nota, o Sinai
explicou que o projeto de lei encaminhado pela governadora Rosalba
Ciarlini ao Poder Legislativo pretende privatizar serviços públicos. Ele
informa que a intenção do Governo é privatizar serviços em quase todas
as áreas sociais do Estado.
A
nota afirma ainda que, caso o projeto seja aprovado, Rosalba terá
autorização da Assembleia Legislativa para repassar à iniciativa privada
serviços nas seguintes áreas: educação, saúde, cultura, pesquisa
científica, desenvolvimento tecnológico e preservação do meio ambiente.
Segundo
o informativo do Sinai, o Governo também poderá beneficiar empresas
apadrinhadas, já que o projeto dispensa licitações para a privatização.
“Estamos falando de uma ilegalidade, pois altera a lei 271/2004,
contudo, a prática não é nova no Governo Rosalba. Recentemente, a
administração do Hospital da Mulher de Mossoró foi entregue para a
Associação Marca, pelo valor de R$ 15 milhões, sem licitação”, explicou
Hermes Oliveira.
Segundo
ele, além da ação pública, existe também a ação jurídica. “O contrato
motivou a abertura de um inquérito pelo Ministério Público Estadual, e
entidades ligadas aos médicos já constataram irregularidades na
administração do hospital. É um prejuízo para o estado e uma
desvalorização dos servidores públicos”, informou.
Outro
ponto tocado por Hermes Oliveira é a campanha salarial, o que, segundo
ele, não há nenhuma proposta. “Já nos reunimos duas vezes com o
secretário Álber Nóbrega, que não nos trouxe nenhuma proposta para as
reivindicações deste ano, nem para as reivindicações do ano passado”,
afirmou.
Após a
mobilização em frente à governadoria, os sindicatos realizaram uma
reunião, na sede do Sindisaúde, para uma avaliação geral. “Foi uma
reunião para análise de conjuntura, pois este governo é péssimo em todos
os sentidos, e o sentimento do Sinai é de que ele vai fechar os
diálogos com todas as categorias. Então, esta reunião foi um chamamento
para uma organização ampla”, opinou Hermes Oliveira.
Já
o diretor regional do Sinte, Rômulo Arnaud, permaneceu em Mossoró e
avaliou a paralisação como baixa. “Entendemos que é devido ao cansaço
dos professores, que saíram de uma greve de mais de 80 dias, ano
passado, e sabem que, se paralisarem desta vez, terão que repor essa
aula”, afirmou.
Rômulo
destacou ainda que haveria representantes do Sinte no debate sobre a
conjuntura com os demais sindicatos em Natal. “Participamos da
paralisação conjunta em solidariedade aos aposentados, que não receberam
o piso salarial integral, mas fracionado em quatro parcelas, e só devem
receber o valor integral a partir de julho”, explicou.
Outra
reivindicação dos professores do Estado, segundo Arnaud, se refere ao
Plano de Carreiras dos funcionários das escolas, cuja lei foi aprovada
em 2010, mas apenas 30% foram pagos. “Os outros 70% deveriam ter sido
pagos em junho do ano passado”, destacou.
Quem
também permaneceu em Mossoró, mas que não se absteve de reivindicar,
foi o Sindicato dos Auditores Fiscais do RN (SINDIFERN), que luta para
que seja estabelecido um teto único para todos os servidores públicos
estaduais. “Não se trata de um aumento de salário, mas da igualdade
entre eles. A proposta é estabelecer um limite máximo aplicável a todos
os servidores”, explicou o diretor de comunicação do sindicato, Edilson
Júnior.
Os professores e
técnicos Administrativos da Uern participaram do ato público em Natal.
As categorias, representadas pelos dois sindicatos, estão em greve desde
o dia 3, na luta pelo reajuste salarial de 10,65%, acordado com o
governo do estado para abril deste ano, e não cumprido.
O
técnico administrativo da Uern Petrônio Andrade explicou que, no início
da manhã, houve uma caminhada pelo centro de Natal, com diversas
entidades sindicais, seguido por um ato público em frente à Assembleia
Legislativa, até que os representantes sindicais e os estudantes da Uern
chegaram ao plenário. “Usamos da fala em plenário e pedimos o
cumprimento do acordo, e que se respeite universidade e os estudantes”,
disse Petrônio Andrade.
Segundo
ele, os parlamentares ficam jogando para a plateia, e discutindo entre
si qual é o pior governo. “O que vimos foi que eles estavam em uma
discussão que não nos interessava, mas que, no geral, o balanço foi
positivo no sentido de mostrar à sociedade que os servidores estão
unidos”, explicou.
Segundo
o técnico, ao chegarem a Natal, os dois sindicatos que representam os
servidores da Uern ficaram sabendo que o governo havia entrado com um
pedido de ilegalidade da greve. “Ficamos sabendo que o procurador vai
pedir a ilegalidade, foi uma surpresa para nós, mas estamos preparados,
principalmente com o apoio dos estudantes”, acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário